Bahia tem a 2ª pior taxa de escolarização do Brasil, revela pesquisa

Foto: Adenilson Nunes/GOVBA

As desigualdades na educação brasileira, amplamente conhecidas pela população, foram destacadas pela pesquisa Mapa do Ensino Superior no Brasil 2024, divulgada em maio. A Bahia tem a segunda pior taxa de jovens entre 18 e 24 anos matriculados no ensino superior, com apenas 13,3%, superando apenas o Maranhão, onde a proporção é de 12,1%.

O levantamento foi realizado pelo Instituto Semesp, que representa as mantenedoras de ensino superior no Brasil, com base nos dados de 2022 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Para calcular os índices, foram utilizados os dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Censo da Educação do Inep. A mudança na metodologia de cálculo, que anteriormente utilizava dados da Pnad Contínua, impede a comparação direta com anos anteriores.

O Mapa do Ensino Superior destaca que, apesar do crescimento no número de estudantes matriculados na modalidade à distância, a taxa de escolarização continua sendo um grande desafio. O Distrito Federal possui a maior taxa de escolarização (36,2%), seguido pelo Paraná (26,5%) e Santa Catarina (24,4%).

"Os cursos EAD, mesmo com um aumento de 488% no número de alunos até 24 anos entre 2012 e 2022 (o maior aumento no período foi registrado entre os maiores de 60 anos, 577%), ainda não são um fator significativo de inclusão de jovens no ensino superior, contribuindo pouco para o aumento da taxa de escolarização líquida do país", afirma a pesquisa.

Eniel do Espírito Santo, professor e pesquisador de EAD e tecnologias digitais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), enfatiza as particularidades do contexto educacional baiano.

"O estado possui muitas desigualdades sociais e, mesmo com políticas de inclusão nas universidades públicas, não é possível atender toda a demanda. Muitas pessoas dessa faixa etária estão em situações vulneráveis, precisam trabalhar e não conseguem ingressar no ensino superior", explica.

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